sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Tantos

quinta-feira, 19 de março de 2009
Depois daquela aula festa...

O meu último dia de verão como não podia deixar de ser foi quente.
Não. Não estou querendo dizer que passei o dia na praia, tomando banho de mar.
Pelo contrário. Passei o dia envolvido com entrevistas de emprego, num dia onde a temperatura fez jus a estação.
De qualquer maneira a temperatura esquentou realmente ao cair da noite, durante a primeira aula festa que tive.
Todas as janelas da sala de aula fechadas, ventiladores desligados e toda a turma dançando sem párar. E quem resolvesse párar, estaria fora do jogo.
Jogo. Talvez essa não seja a expressão correta pra definir a aula festa.
Exercício certamente seja a palavra mais adequada.
E o exercicio quem aparentemente parecia mais uma dinâmica de resistencia contra meus próprios limites, se revelou muito mais que isso.
Depois de horas a fio dançando sobre o assoalho de madeira, com o suor banhando nossos corpos e deixando o piso escorregadio, e o calor fazendo com que meu corpo ardesse de dentro pra fora, eu pela primeira vez em vinte e cinco anos tirei minha camiseta e dancei sem me preocupar se minhas banhas pulavam desenfreadamente.
Não sei por que, mas senti que naquele momento algo se transformou dentro de mim.
Eu consegui quebrar uma barreira que julgava instransponível e não fiz nada para que isso acontecesse. Simplesmente quando vi, ela havia sido quebrada. Eu fiquei sem camisa, e ainda por cima me remexi, me remexi e muito!
Depois de tanta disposição, suor e música, o professor nos convidou a deitar no chão banhado pelo suor de mais de trinta pessoas e a fechar os olhos.
O que aconteceu depois não sei explicar.
Um misto de euforia, exaustão, incomodo e melancolia tomou conta de mim.
Uma vontade de chorar, de gritar.
Aliás vontade não. Necessidade.
Parecia que a qualquer instante meu peito iria explodir.
Mas quem explodiu fui eu.
Chorei, gritei.
Depois entrei debaixo do chuveiro com os olhos vermelhos e a respiração ainda ofegante.
É como se um caminhão tivesse me esmagado e eu tivesse saído ileso, porém renovado de toda a experência.
Foi o banho mais especial que experimentei em toda a minha vida.
É isso.
Hoje durante a aula festa um caminhão passou em cima de mim.
Quando venci meus próprios limites e fui até o final do exercício.
Quando fiquei nu da cintura pra cima, sem me sentir pertubado por isso.
Quando me entreguei as sensações que vivi naquele momento sem me importar com nada. Apenas vivi.
E embora tenha voltado pra casa exasto e inquieto , tenho a certeza absoluta que quem voltou para casa não foi o mesmo que chegou a faculdade hoje.
A minha forma continua a mesma.
Não voltei pra casa pesando 65 quilos. Ainda continuo com 120.
Mas voltei mais leve, porque me libertei de uma sensação ruim que agora não me acompanha mais.
Minha medida ainda é mesma. Mas por dentro, de tão leve, sou capaz de levitar.
Postado por Herton Gustavo Gomes. às 18:58 2 comentários terça-feira, 17 de março de 2009
Sobre limões e limonadas.

Há algum tempo eu não sentia isso.
Esse nó no estômago. Essa tristeza misturada com desespero e suco de limão.
Ontem saí da aula me sentindo pelado mas completamente mais leve, e quase feliz.
E hoje por causa de dez minutos.De míseros dez minutos, meu mundo desabou.
Perdi a oportunidade de fazer uma entrevista de emprego, e o desespero tomou conta de mim.
E se eu tiver desperdiçado a única chance real de poder me sustentar nessa cidade?
E se a possibilidade de eu continuar lutando pelos meus sonhos, estiver com os dias contados, tudo porque dormi mais do que devia, e perdi a entrevista?
Depois do desespero a tristeza me abraçou com tanta força que me deixou esmagado na parede.
Minha vontade era chegar na praia e entrar no mar, de roupa, sapatos e tudo e me embrenhar mar adentro,para tentar aliviar minha agonia.
Ou atravessar o sinal fechado e ser esmagado por pelo menos uma dúzia de carros.
De todos os tipos, cores e modelos.
Táxis, ônibus, caminhões, pás carregadeiras. Ser esmagado,para tentar esmagadar também a minha dor.
Mas não entrei no mar, nem atravessei o sinal.
Voltei pra casa, me embreaguei de suco de limão, e cheguei a conclusão que que mesmo que eu transforme meus limões em limonada, ainda assim ela é azeda.
Postado por Herton Gustavo Gomes. às 09:13 0 comentários domingo, 15 de março de 2009
"Longe de casa, há mais de uma semana, há milhas e milhas..."

Domingo. 15 de março. Há duas semanas aterrisei aqui.
Ainda não arranjei trabalho, ainda não fiz amigos, ainda não tenho certeza se vale mesmo a pena me sacrificar tanto para buscar um sonho e essa certeza diminui a medida que os dias passam e a saudade de casa aumenta.
De qualquer modo, apesar do vazio constante e crescente , da sensação de fadiga e desconforto que me assalta, eu me sinto tranquilo por ter finalmente vindo em busca do que sempre e tanto quis.
Raramente tenho ido a praia, tampouco tenho caminhado pela orla com a frequência que planejei. É como se ainda eu não tivesse me conectado com o ritmo do Rio, e até a paisagem tão especial a minha volta,não me provoca o delírio da novidade que deveria causar.
A ansiedade em me instalar do modo que espero me instalar, de arranjar um emprego bacana, de me conectar com as novas cores a minha volta,acaba me impedindo de contemplar toda a beleza que me cerca.
Também tenho visitado raramente esse blog por falta de ter o que dizer.
De saber como dizer.
O poeta que habita em mim, adormeceu sem precisar de soníferos.
E a necessidade em conversar comigo mesmo e desabafar minhas sensações nesse espaço também é bem menor.
Sinto uma necessidade de estar calado.
Embora as vezes tenha vontade de subir na pedra no arpoador e gritar.
Gritar de saudade. Dos meus.
Gritar de ansiedade. O que me espera na próxima esquina?
Gritar de orgulho. Independente do que me reserva o amanhã, eu consegui chegar até aqui.
Mas não grito.
Escolho ficar calado, exercitando minha paciencia, minha serenidade, me aproximando mais de Deus, e rezando para que toda essa dinastia faça de mim pelo menos, um homem melhor.
Postado por Herton Gustavo Gomes. às 09:15 1 comentários sábado, 7 de março de 2009
Eu.

Eu falo
Eu quero
Eu faço
Eu pulo
Eu rezo
Eu ando
Eu corro
Eu mergulho
Eu navego
Eu deleto
Eu amarro
Eu escrevo
Eu ensaio
Eu canto
Eu beijo
Eu abraço
Eu sonho
Eu bebo
Eu como
Eu mordo
Eu descasco
Eu empresto
Eu devolvo
Eu pago
Eu pego
Eu desejo
Eu durmo
Eu acordo
Eu sinto
Eu choro
Eu rio
Eu bloqueio
Eu leio
Eu estudo
Eu devoro
Eu adoro
Eu aposto
Eu acerto
Eu erro
Eu levanto
Eu caio
Eu perco
Eu procuro
Eu assopro
Eu acho
Eu vejo
Eu assisto
Eu compro
Eu confio
Eu assumo
Eu ajudo
Eu assusto
Eu envolvo
Eu pergunto
Eu respondo
Eu danço
Eu grito
Eu escuto
Eu ligo
Eu aperto
Eu sei
Eu duvido
Eu ajudo
Eu divirto
Eu acendo
Eu lembro
Eu viajo
Eu divido
Eu entendo
Eu insisto
Eu enfrento
Eu aviso
Eu anoto
Eu esqueço
Eu sou
Eu posso
Eu amo
Eu vivo.
Postado por Herton Gustavo Gomes. às 20:19 0 comentários "Leva o teu olhar, que a saudade é pior tormento..."

E basta um único telefonema, para o coração ficar mais apertado.
Para saudade se materializar.
E a vontade de estar entre os meus tomar conta.
Mas é tão cedo, pra querer voltar.
Mas é tão cedo, pra chorar de solidão.
É tão cedo pra me sentir vazio.
O que me resta, é contemplar a saudade que sinaliza que amo e sou amado.
E pedir a Deus que encha meu coração de fé e me guie na melhor direção.
Postado por Herton Gustavo Gomes. às 20:04

quarta-feira, 4 de março de 2009

quarta-feira, 4 de março de 2009
Entre lágrimas e risos.

Rio.
E choro.
Mas o riso pode ser desespero.
E a lágrima, pode ser felicidade.
Rio.
Finalmente cheguei aqui.
E chorar já fazia parte do roteiro, que inclui alguns litros de lágrimas.
Estou com medo, perdido, sozinho,triste, quieto e estranho.
E ao mesmo tempo orgulhoso de mim, por ter finalmente saído em busca do meu sonho.
Ontem comecei a faculdade.
Estou alugando uma vaga em Copacabana.
Uma experiência nova, diferente, curiosa que certamente vai fazer com que eu evolua como ser humano.
Pessoas, hábitos, cores e sensações diferentes.
Estou assustado, mas repleto de fé e coragem.
Estou rindo e chorando.
E apartir de hoje, é aqui que registro as minhas sensações e impressões e minhas emoções nessa nova história que está começando para mim.
Postado por Herton Gustavo Gomes. às 08:51 3 comentários

Arquivo

domingo, 12 de abril de 2009
Ensaio sobre o Recomeço.

Eu disse que iria chegar aqui. E cheguei.
Estou tão longe de casa.
Com uma saudade maior do que eu imaginava que fosse capaz de sentir.
Mas essa saudade faz com que eu me sinta cada vez mais perto daqueles q amo e que amam.
E o sofrimento me transporta para mais perto de Deus.
Estou recomeçando, mais uma vez.
Recomeçando dentro do meu grande recomeço
Estou finalmente morando num lugar mais legal, com uma energia mais legal e espero realmente ser feliz pelo tempo que passar aqui.


Obrigado meu Deus, por tudo.
Postado por Herton Gustavo Gomes. às 12:36

sábado, 10 de outubro de 2009

Posto Seis

Hoje caminhei por Copacabana
Na esperança vã de te encontrar
Já tá fazendo quase uma semana
Que a gente tá sem se falar.

Eu já mandei scrap pelo computador
Já enviei torpedo pro teu celular
Mas você não responde e a minha dor
Insiste em amplificar.

Hoje eu ouvi no mp3
A canção de amor que você me fez
E vi o sol se pôr no Arpoador
Velando as cinzas do nosso amor.

01º de outubro

O amor chegou ao fim em outubro
Murchando as flores da estação
Fiquei surpreso e tão confuso
Contava com seus beijos para o verão

A dor sabotou a Primavera
Não há quimera, nem emoçao
que suporte a tanta falta de amor
que resista a uma decepção.

Você me disse que não me quer
E é tão triste pra uma mulher
Permanecer apaixonada
E não ver mais razão em nada.

Você me disse para eu ir embora
É Primavera eu sei, mas faz frio lá fora
Me beije só por um segundo
Para eu me lembrar que já fui feliz nesse mundo.

Outubro começou
Com fim da nossa história
E agora o que eu faço
Com essa dor que me devora?

Se você já não me ama
Se você não me quer mais
Devolva a minha alma,
Minha calma e minha paz.

Se você já não me ama

Além do que

Pode ficar com os discos
Me fará lembrar você,ouvir o Chico
Além do que, eu não me arrisco
É muito cedo para eu te ver, eu admito.

Que ainda te desejo e que não me acostumei
Conviver com tua ausência
É mais difícil que pensei.

Sinto falta do teu beijo
Do teu riso e da alegria
Que sentia estando em sua companhia.

Continuo apaixonado
É melhor que seja assim
Te ver ainda é complicado
E eu não respondo por mim.

Pode ficar com os discos
Não sou capaz de te esquecer ouvindo o Tom
Cada verso me faz lembrar o teu sorriso
E acaba sobrando pro meu coração.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ainda dá tempo.

Então fica combinado assim,se a queda é inevitável, que seja!
Mas eu vou me levantar quantas vezes for preciso.
E viver cada segundo como se fosse o último, e me entregar a cada instante, porque cada experiência é realmente única.
E como diz música: " Só se vive uma vez"
Ainda dá tempo de ser feliz.
Ainda dá tempo de buscar meus sonhos.
Ainda dá tempo de prestar atenção na paisagem e contemplar o milagre da vida do qual eu sou privilegiado em participar.
E se ainda dá tempo, vou fazer de tudo para que esse tempo seja agora.
Para que eu tire do papel as metas que prometi cumprir antes do fim dessa estação.
Outubro ou Nada!